Economia

Colaboração e envolvimento do conselho administrativo é fundamental para o sucesso em sustentabilidade

Preparing reportPesquisa realizada em conjunto pelo MIT Sloan Management Review, BCG e Pacto Global da ONU diz que 90% dos executivos concordam que precisam colaborar para enfrentar os desafios de sustentabilidade. 86% dizem que o Conselho deve desempenhar um papel forte em esforços de sustentabilidade de uma empresa

BOSTON, January 13, 2015—A prática da sustentabilidade corporativa está se movendo para uma abordagem mais holística e estratégica, que persegue objetivos de transformação, muitas vezes por meio de parcerias com várias entidades, incluindo concorrentes, fornecedores, governos e organizações não governamentais. É o que diz um novo estudo global produzido pelo MIT Sloan Management Review (MIT SMR), The Boston Consulting Group (BCG) e o Pacto Global das Nações Unidas. Os resultados do estudo foram divulgados hoje em um relatório intitulado Joining Forces: Collaboration and Leadership for Sustainability.

O estudo ouviu 3.795 executivos e gerentes de 113 países, e constatou que 61% dos executivos cujas empresas participaram de parcerias relacionadas à sustentabilidade veem essas colaborações como bastante ou muito bem sucedidas. Mas a colaboração ainda não é uma prática comum. Apesar de 90% dos entrevistados reconhecerem a importância da colaboração na sustentabilidade, apenas 47% dos entrevistados relataram que suas empresas estão colaborando ativamente.

“Apesar de a colaboração ainda não ser a norma entre aqueles que estão fazendo isso, estamos vendo cada vez mais foco em resultados estratégicos de transformação”, disse o coautor do estudo David Kiron, editor executivo do MIT SMR. “Mais da metade das colaborações relatadas aspiram mudar fundamentalmente o mercado em que a empresa opera, de modo que os esforços de sustentabilidade são muito menos propensos a serem projetos discretos e muito mais propensos a envolverem todo o ecossistema da empresa – de fornecedores e clientes a governos e instituições acadêmicas”.

Colaborações em sustentabilidade frequentemente reúnem as diversas partes interessadas, e a pesquisa sugere que há uma curva de aprendizado para as empresas: quanto mais colaborações uma empresa recebe, seus entrevistados estão mais propensos a avaliar suas colaborações como bem sucedidas. Por exemplo, entre os entrevistados cujas organizações têm atualmente de uma a três colaborações em sustentabilidade, 43% dizem que estes empreendimentos colaborativos são de muito ou bastante sucesso. Daquelas que têm se envolvido em mais do que 50, 95% reporta o mesmo grau de sucesso.

O estudo também analisou o envolvimento como um condutor do sucesso em sustentabilidade. No geral, 86% dos entrevistados acreditam que o Conselho Administrativo deve desempenhar um papel importante na condução de esforços de sustentabilidade da empresa. Mas apenas 42% das pessoas ouvidas na pesquisa veem seus Conselhos como moderados ou mais envolvidos com a agenda de sustentabilidade da empresa. Essa desconexão afeta o desempenho: em empresas em que os Conselhos são tidos como participantes ativos, a taxa de muito ou bastante sucesso chega a 67%. Nas empresas em que os Conselhos não estão envolvidos, a taxa de sucesso reportada é menor que a metade.

“Identificamos várias maneiras de superar as barreiras para que o Conselho participe mais ativamente dessas questões”, disse Knut Haanaes, coautor do estudo e sócio sênior do BCG em Genebra. “Eles incluem nomeação dos membros com experiência em sustentabilidade, a criação de um conselho consultivo externo, integração da sustentabilidade nos deveres do Conselho Geral e comitês estabelecidos, e o estabelecimento de uma visão mais ampla do Conselho como administrador de todos os públicos de interesse e gestores de risco contra a maximização tradicional apenas do valor financeiro para os acionistas.”

Como um todo, o estudo constata progressos em empresas que fazem a mudança essencial na maneira como se organizam, e como seus Conselhos Administrativos agem para enfrentar os desafios e os riscos que as questões de sustentabilidade apresentam. Mas também indica que muitos líderes empresariais têm ainda certa distância a percorrer para entender que o caminho para o sucesso de sustentabilidade é mais bem percorrido com a ajuda de outros stakeholders.

Georg Kell, coautor do estudo e diretor-executivo do Pacto Global da ONU, apropriadamente resume tudo: “Com as atividades comerciais e de investimentos que alcançam todos os cantos da Terra, as empresas cada vez mais enfrentam incertezas e riscos complexos relacionados a questões sociais, ambientais e de governança. Muitos destes desafios, tais como a corrupção, a mudança climática e a discriminação, não podem ser resolvidos por meio de uma única organização, tornando-se importante que as empresas atuem em conjunto como nunca fizeram antes. As empresas estão começando a enxergar que quando elas fornecem uma voz coletiva, compartilham riscos e reúnem recursos, elas podem oferecer soluções transformadoras que beneficiam tanto as empresas como a sociedade”.

Para mais detalhes sobre as conclusões do relatório e transcrições de entrevistas, por favor visite o site de Sustentabilidade e Inovação ou baixe uma cópia do relatório completo.

Sobre a Metodologia da Pesquisa

Pelo sexto ano consecutivo, a MIT Sloan Management Review, em parceria com o The Boston Consulting Group (BCG), realizou uma pesquisa global em que mais de 3.795 executivos e gerentes foram ouvidos. Este ano, o Pacto Global da ONU se juntou a parceria pela primeira vez. A amostra foi retirada de uma série de fontes, incluindo BCG e MIT Sloan School of Management alumni, MIT Sloan Management Review readers, clientes do BCG, membros do Pacto Global das Nações Unidas e outras partes interessadas. Para ilustrar os resultados do estudo, o relatório cita inúmeros exemplos de empresas, incluindo a Intel, a BASF, a Asia Pulp & Paper, Stonyfield Farm, Netafim, Sprint, Timberland, WWF Suíça, Unilever, Yara International, e Kimberly-Clark.

Sobre o Projeto de Inovação e Sustentabilidade

O Projeto de Sustentabilidade e Inovação do MIT SMR, em parceria com o BCG, explora como as pressões de sustentabilidade estão transformando as formas que trabalhamos, vivemos e competimos. Pesquisas, relatórios e comunidades em Inovação e Sustentabilidade ajudam a: compreender melhor as novas forças que afetarão as organizações, navegar por meio da grande quantidade de informações sobre sustentabilidade, afastar as ameaças, e aproveitar as oportunidades que as questões de sustentabilidade apresentam.

Sobre o The Boston Consulting Group

O The Boston Consulting Group (BCG) é uma empresa de consultoria de gestão global e líder mundial em estratégia de negócios. Fazemos parcerias com clientes em todos os setores e regiões do mundo para identificar as oportunidades que mais geram valor, abordar os desafios mais importantes e transformar o negócio de nossos clientes. Nossa abordagem personalizada combina um amplo entendimento da dinâmica das empresas e mercados e colaboração com todos os níveis da empresa de nosso cliente. Criado em 1963, o BCG é uma empresa privada, com 81 escritórios em 45 países. www.bcg.com
Sobre o Pacto Global das Nações Unidas

O Pacto Global da ONU é um chamado para as empresas de todos os países para alinharem voluntariamente suas operações e estratégias com dez princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, e que tomem medidas para apoiar objetivos e questões da ONU. Endossado por executivos-chefes, o Pacto Global da ONU é uma plataforma de liderança para o desenvolvimento, implementação e divulgação de políticas e práticas empresariais responsáveis. Lançado em 2000, é a maior iniciativa empresarial para a sustentabilidade no mundo, com mais de 12 mil signatários de grupos empresariais e de stakeholders em 150 países, e mais de 80 redes locais. Para mais informações: www.unglobalcompact.org

* Júlio Ottoboni é jornalista diploma e pós graduado em jornalismo científico.