Clima

Ministro Eduardo Braga afirma que país deve investir em energia limpa

Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Ministro de Minas e Energia esteve presente no evento pré-COP coordenado pela Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), nesta quinta-feira, em SP

A organizações que representam o setor empresarial nas discussões sobre Mudanças Climáticas se reuniram nesta quinta-feira (12) em São Paulo para o seminário Implicações e oportunidades para o meio empresarial diante da nova INDC brasileira (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas, em tradução livre). O evento, que tem apoio do British Council, é uma realização da Iniciativa Empresarial em Clima (IEC) – que reúne o Instituto Ethos, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), o CDP, o Pacto Global e o Instituto Envolverde.

Fizeram parte da mesa o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani e os CEOS: Wilson Ferreira Junior, Presidente da CPFL, Rogerio Zampronha, Presidente da Vestas e José Édison Barros Franco, Presidente da InterCement.

Rogério Zampronha, Presidente da Vestas (líder mundial no setor de eólica) representou Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que vem desenvolvendo propostas com o governo nas áreas de renováveis e de eficiência energética por meio do Conselho de Líderes. A Vestas está investindo R$100 milhões em uma nova fábrica em Aquiraz, município próximo a Fortaleza, que será inaugurada no fim do ano. “O Brasil tem enormes vantagens comparativas nessa área. Nenhum segmento em energias renováveis é mais competitivo que a eólica”.

Para ele, a meta voluntária do Brasil (INDC) para energia eólica é bem factível. “Além do vento ser muito bom (constante e forte), o Brasil tem uma cadeia de suprimentos sólida e bem desenvolvida nesta área”, concluiu.

Sobre a ampliação do uso de renováveis como previsto nas INDCs, por meio da expansão da geração de eólica e solar, e relação com a resolução da falta de água no Brasil, Zampronha disse que “se não fosse a energia eólica o Nordeste estaria passando por muitos problemas de falta energia. A meta de 23% de renováveis na matriz brasileira é ambiciosa e os desafios são os gargalos de infraestrutura”.

O grupo discutiu como o setor pode atuar para que o Brasil consiga cumprir o compromisso de reduzir as emissões de gases em 37% até 2025. A nova INDC foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro deste ano, em Nova York. A intenção é estabelecer formas mais proativas de participação do empresariado brasileiro na promoção de uma economia de baixo carbono. Além disso, foram discutidas as consequências e as oportunidades geradas pela nova meta, assim como as necessidades de adequação dos setores produtivos.

O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que o Brasil precisa enfrentar o desafio de substituir 15 gigawatts em usinas térmicas ineficientes, caras e poluentes por novas formas de geração, mais limpas e baratas. “O desafio é como descontratar esses 15 GW. Ouço dizer que esses contratos são ‘imexíveis’, mas não são, existem cláusulas”, afirmou Braga.

Cooperação internacional

O evento contou com apresentação da Embaixada do Reino Unido no Brasil sobre as oportunidades de cooperação bilateral em clima. British Council e Ministério do Meio Ambiente anunciaram parceria para a coordenação e investimentos do Newton Fund em uma Plataforma de Conhecimento em Adaptação às Mudanças Climáticas. A iniciativa será implementada em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e o International Institute for Environment and Development (IIED).