Baixo crescimento e política de clima reduzem uso de carvão na China. 

Por Redação do Observatório do Clima –

Pelo segundo ano consecutivo, a China apresentou uma queda no uso de carvão e, consequentemente, nas emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis. O uso do carvão caiu 3,7% em 2015 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados do governo. Em 2014, o país já havia registrado uma queda de 2,9%. De acordo com análise do Greenpeace, as emissões chinesas podem ter caído 2,3% em 2015, após queda de 0,8% no ano anterior – o primeiro registro de queda nas emissões.

Gráfico do Greenpeace mostra variação nas taxas de emissão por uso de carvão na China.
Gráfico do Greenpeace mostra variação nas taxas de emissão por uso de carvão na China.

 

O resultado é uma consequência da desaceleração no crescimento econômico, mas também das iniciativas para redução de poluição local e política de clima adotada nos últimos dois anos. As menores taxas de crescimento são “o novo normal” da China, de acordo com analistas, e o país tem investido pesadamente em renováveis. Ou seja, tudo nos leva a crer que a redução nas taxas de emissão também são o novo normal chinês.

O governo do país anunciou nesta semana que fechará 1,8 milhão de postos de trabalho nas siderúrgicas e na indústria de carvão – as que mais poluem no país. A meta da China apresentada às Nações Unidas como contribuição para o acordo do clima prevê que o pico de emissões se dará em 2030. Com este ritmo, pode ser que o pico ocorra antes do previsto. Além disso, as energias renováveis estão em plena ascensão na China. A energia eólica cresceu 34% no ano passado, e a solar, 74%.

Ao Guardian, Lauri Myllyvirta, ativista do Greenpeace, afirmou que os dados são positivos, mas é preciso mais. “As estatísticas mostram que a China está a caminho de superar suas metas climáticas de Paris, o que é uma grande notícia para todos”, disse. “No entanto, a tendência não está se movendo tão rápido quanto poderia.” (Observatório do Clima/ #Envolverde)

* Publicado originalmente no site Observatório do Clima.