Iniciativa inédita no Brasil irá avaliar, de forma científica e independente, as melhores soluções para a gestão socioambiental da bacia do Rio Doce
Uma das mais renomadas instituições globais de ciência na área da conservação, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), irá atuar de forma científica e independente, para recomendar as melhores soluções para a recuperação socioambiental da Bacia do Rio Doce. Por meio de um contrato com a Fundação Renova, a IUCN vai implantar e coordenar um Painel Independente de Assessoramento Científico e Técnico (ISTAP, na sigla em inglês) pelos próximos cinco anos.
O trabalho será coordenado pela equatoriana Yolanda Kakabadse, ambientalista mundialmente reconhecida, presidente da WWF Internacional desde 2010, e que conta com passagem pela presidência da IUCN e pelo Ministério do Meio Ambiente do Equador.
O painel do Rio Doce, como será chamado, contará com mais seis membros em busca das melhores soluções socioambientais para a região. Estes membros serão selecionados por meio de editais públicos, que já estão abertos. A atuação do painel será distribuída inicialmente em seis eixos temáticos, considerando os aspectos da vida terrestre, marinha e ribeirinha: estratégia, toxicologia, impactos sobre os ecossistemas, remediação dos ecossistemas, gestão de água, resíduos e rejeitos, e práticas econômicas sustentáveis.
A IUCN é a maior e mais diversificada rede ambiental do mundo, com vasta experiência em estudos científicos e implantação de painéis focados em desafios ambientais de grande escala, como o derramamento de petróleo na Nigéria (2011) e a ameaça às baleias cinzentas no extremo oriente da Rússia (2016). Mais de 16 mil especialistas compõem a rede da IUCN, sendo que muitos de seus integrantes estão dentre as maiores autoridades de suas áreas de conhecimento. Aglutina membros de organizações governamentais e não governamentais, propiciando o diálogo, trocas de informações e cooperações diversas entre todas as regiões do mundo.
Diante da dimensão e complexidade dos desafios enfrentados, a atuação da IUCN será fundamental para avaliar a eficiência das soluções desenvolvidas pela Fundação Renova e por outros atores envolvidos com a Bacia do Rio Doce. “Atuamos na fronteira do conhecimento, o que envolve, inclusive, novos alinhamentos com parâmetros científicos e políticas públicas”, explica Roberto Waack, presidente da Fundação Renova.
Neste sentido, a IUCN irá contribuir com o aprofundamento científico dos impactos socioambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Como não há precedentes para alguns dos danos gerados, o papel da entidade poderá ser referência para o estabelecimento de estratégias de recuperação e conservação, envolvendo todos os stakeholders que atuam nesse processo.
As avaliações, pesquisas e recomendações dessa parceria serão apresentadas ao longo de cinco anos, por meio de relatórios contendo orientações científicas robustas e realizáveis. Em função da sua autonomia, a IUCN atuará de forma independente da Fundação Renova – embora possa recorrer a quaisquer níveis de engajamento com a instituição, em prol do adequado funcionamento do painel do Rio Doce. A composição do painel do Rio Doce, sua agenda de atuação, conclusões e recomendações serão divulgados publicamente, de forma periódica, como meio de reforçar a transparência do trabalho. Uma página na internet foi criada para divulgar todas as informações pertinentes ao painel do Rio Doce, incluindo seu termo de referência e os editais para contratação de seu coordenador e membros especialistas.
Confira o hotsite do painel do Rio Doce no link: www.iucn.org/riodocepanel
Sobre a Fundação Renova
A Fundação Renova é uma instituição autônoma e independente constituída para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Entidade privada, sem fins lucrativos, garante transparência, legitimidade e senso de urgência a um processo complexo e de longo prazo. A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.
(Envolverde)