Cris Baluta, conselheira na área de clima da AHK Paraná –
Após a COP 23, realizada em novembro, em Bonn (Alemanha), os países devem dar andamento a passos largos na implementação do Acordo de Paris firmado em 2015
Estamos vendo a olhos nus as consequências das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Teremos cada vez mais doenças respiratórias, ondas de calor mais fortes, crise hídrica e paisagens alteradas, entre outros efeitos.
Infelizmente, a COP23 não trouxe muitas novidades. Não se esperava grandes alterações, uma vez que a conferência tinha o papel de intermediar questões técnicas e jurídicas do livro de regras do Acordo de Paris. A grande intenção foi debater e definir formas pelas quais os países devem reportar os seus progressos mitigatórios, tanto na questão financeira quanto na transparência dos relatos.
O fato é que o prazo para o cumprimento do Acordo de Paris está cada vez mais curto – uma questão preocupante – uma vez que os países além de não terem avançado com as metas estabelecidas também não fizeram novos anúncios sobre o cumprimento dessas metas. Portanto, devemos continuar em alerta!
Para a COP24, em 2018, que terá a cidade de Katowice (Polônia) como sede, espera-se uma definição nas negociações – avançamos ou estagnamos. Se estagnarmos, perderemos ainda mais tempo, afinal em 2020 os países signatários deverão rever suas metas nacionais.
A revisão dessas metas faz parte do calendário de 2020, e mesmo que se cumpra tudo o que foi prometido no Acordo de Paris, o cenário climático para o fim do século não será nada satisfatório. Não podemos mais ficar discutindo em relação ao que deve ser feito, precisamos agir. Nesse sentido, é primordial o avanço de cada país de forma rápida e firme no cumprimento de suas metas individuais. Os acertos técnicos e jurídicos precisam transpor as boas intenções.
Entre tantos desafios, conter o aquecimento global a 1,5°C na temperatura do planeta é um deles – esse é um dos objetivos sugeridos pelo Acordo de Paris, firmado em 2015, e debatido durante a Conferência do Clima da ONU.
Em 2018, será emitido um relatório que terá publicação anterior à COP24. Nele, será traçado o cenário em que o mundo estará em 2030. Dessa forma, teremos a dimensão da distância entre os objetivos do Acordo de Paris e a direção que estamos seguindo.
*Cris Baluta é conselheira e coordenadora do Grupo de Intercâmbio de Experiências em Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), e CEO da Roadimex Ambiental Ltda.
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