Um bosque com cerca de 8,4 mil metros quadrados, no centro de São José dos Campos, que abriga cerca de 430 árvores, 274 delas nativas da Mata Atlântica está sendo colocado no chão para se tornar um estacionamento. E isso com licença da Cetesb. O local é um antigo convento de freiras e foi vendido para a Construtora Marcondes Cesar. O local fica na avenida Tívoli, em meio a uma ilha de calor. As informações são do portal de noticias Meon.
A região, que era uma das mais arborizadas da cidade, passa por uma continua depredação de seu patrimônio vegetal, com inúmeras árvores sendo cortadas e sem substituição. Existe uma crescente ilha de calor na região que está próxima a Via Dutra, uma das maiores fontes poluidoras da atmosfera em seu trajeto, além de ter um grande hospital e diversas clínicas médicas instaladas na avenida.
A Construtora Marcondes Cesar adquiriu a área para construir prédios de apartamentos, entretanto a região fica no cone de aproximação das aeronaves no aeroporto local. São José dos Campos é tida como a cidade que abriga o maior número de pesquisadores sobre as mudanças e extremos climáticos no país, sendo sede do INPE, do Cemaden, ITA, além de diversas universidades e faculdades com cursos relacionados ao assunto. Mesmo com os alertas constantes sobre as alterações no microclima local, a Cetesb concedeu a licença de desmatamento.
No último dia 26 de fevereiro, os moradores da região foram surpreendidos com o barulho das motosserras derrubando as árvores, segundo a reportagem do portal Meon. Na placa instalada no acesso à área verde identifica a empresa Fênix Ltda, que pertence ao grupo Marcondes Cesar, como responsável pelos trabalhos no local. Além de informar a supressão de 274 árvores adultas nativas e 156 árvores exóticas, a placa informa que haverá compensação ambiental por meio do plantio de 2.740 mudas de espécies nativas e conservação das mesmas por, no mínimo, seis meses. Entretando não explica nada sobre a fauna residente no local, que abriga desde uma variedade imensa de pássaros, até esquilos, gambás e outros pequenos mamiferos. Fonte Meon e Júlio Ottoboni (#Envolverde)