Um grupo de moradores da Vila Bethânia, onde fica o bosque que está sendo desmatado pela Construtora Marcondes César, se mobilizou para fazer um protesto nesta quinta-feira na sessão da câmara municipal de São José dos Campos. Alguns vereadores informaram que estão aderindo a causa, que pretende manter as 430 árvores, mais de metade delas do bioma da Mata Atlântica, em pé.
O local também abriga diversas espécies de pássaros, com ninhal de procriação, além de pequenos mamíferos, como gambás e esquilos. A Cetesb deu licença para a derrubada do bosque que se localiza na região do centro da cidade, porém a construtora teve que suspender a supressão das árvores por falta de documentação em nível municipal.
A situação revoltou os moradores da região, que tem no bosque a única área verde próxima. Essa parte da cidade é atingida pela poluição gerada pelos veículos usuários da Via Dutra e do anel viário. Atualmente São José dos Campos está entre os 10 municípios com pior qualidade de ar do país. O movimento ambiental vem se omitindo até o momento sobre a discussão, o que gerou diversas suspeitas entre os integrantes do movimento. Um dos fatos está na supressão ter a supervisão do antigo diretor da secretaria de meio ambiente de São José dos Campos, William Portela.
O empresário Nelben Azevedo protocolou uma representação no Ministério Público local para a paralisação da retirada de árvores e a manutenção do bosque, que filtra boa parte do ar do bairro e também é fundamental para conter a potencialização da ilha de calor instalada no local. A construtora Marcondes Cesar pretende fazer um estacionamento no lugar do bosque.
Alguns ativistas chegaram a ser ameaçados via rede social por suas manifestações em favor do bosque, os agressores não foram identificados. O laudo da Cetesb, segundo o empresário, diz que o local é um bosque formado ‘ por bambus e eucaliptos’.
Para o ativista ambiental Wagner Ribeiro, a situação causa não só indignação e revolta. Criador e administrador da pagina no Facebook Arborização – São José dos Campos, o caso precisa ser investigado com urgência
” Sou só um munícipe que propaga ações e informações
aos moradores em beneficio da nossa cidade, considerando que os que administram não avaliam dessa forma, temos que sair da passividade de apenas aceitar as ocorrências e viver na crença do 
eles sabem o que fazem”, comentou.
A briga para não destruírem o bosque, que foi um convento, é antiga. Em 2011, os moradores conseguiram impedir que ele fosse cortado para dar lugar a diversos prédios de apartamentos.
” Eu espero não ficar sozinho nesta luta, pois é muito triste ver o que está acontecendo na cidade e sem condições de reverter isso, agora entrou uma empresa enorme para novamente derrubar as árvores, mas vamos lutar enquanto houver possibilidade”, comentou Azevedo. Júlio Ottoboni (#Envolverde)
