Sociedade

Empresas elétricas estão vulneráveis a ataques do cibercrime

“A maior parte das empresas elétricas mundiais está com suas estruturas pouco eficientes e vulneráveis a ataques do cibercrime e do ciberterrorismo, mesmo em países avançados, como é o caso dos EUA”.

A afirmação é do especialista israelense em segurança cibernética de infraestruturas críticas, Amir Barnea. Ele diz que o próximo passo para a modernização das concessionárias é realizar a conversão de suas estruturas inteligentes, hoje alicerçadas no paradigma IT (de Tecnologia da Informação), para o paradigma OT (de tecnologia de operação, que integra a monitoração de eventos, processos e dispositivos num console único de observação e intervenção).

Segundo Barnea, que é líder em tecnologias de infraestrutura crítica da fabricante de redes seguras RAD, nada menos que dois terços (67%) das concessionárias elétricas norte-americanas identificam o combate às vulnerabilidades como o principal vetor de seus investimentos em tecnologia.

“Para sair dessa situação, as operadoras necessitam acelerar a migração de suas estruturas analógicas (padrão TDM) para tecnologias digitais (Carrier Ethernet e MPLS), que são uma precondição para que elas adotem estratégias eficientes de segurança cibernética”, afirma ele.

A este propósito, Barnea enfatiza que 81% das elétricas reconhecem a defasagem tecnológica de suas redes e veem como prioridade a eliminação de sistemas obsoletos. Além de agravar a vulnerabilidade às ameaças, as estruturas analógicas não admitem, por exemplo, o uso de câmeras IP (essenciais para a supervisão física das instalações) e de sensores com capacidade de aquisição de dados de processo (IoT) a partir dos dispositivos operacionais, tanto para segurança quanto para performance”, continua Barnea.

A pesquisa mencionada por Amir Barnea foi feita com as principais concessionárias de energia dos EUA a pedido da RAD pela Newton-Evans Research. Mas ela atesta, segundo o especialista, uma realidade global cujos efeitos ficaram evidentes em 2017 através da propagação dos malwares “Wannacry” e “Petya”, que paralisaram diversas plantas elétricas ao redor do mundo.

Barnea acrescenta ainda que, entre as concessionárias norte-americanas, nada menos que 32% ainda planejam migrar suas antigas redes TDM (analógicas) para o padrão de comutação por pacotes na comunicação das centrais com as subestações geograficamente dispersas. Este é um movimento considerado crucial também para que as concessionárias possam se livrar da dependência de linhas digitais alugadas (de alto custo) e partir para a comunicação IP ao longo de toda a planta. (#Envolverde)