Óleo de palma, o azeite de dendê, da Indonésia há muito tempo perdeu espaço entre os consumidores conscientes de seus males ambientais. Sua produção é associada ao trabalho escravo infantil, maciço desmatamento e a extinção de espécies emblemáticas como orangotangos. A maioria aponta para grandes corporações como os grandes causadores dos problemas, mas se esquecem que o ator-chave na produção de óleo também tem endereço certo, são os pequenos agricultores.
“Pequenos agricultores independentes”, pequenos agricultores que não estão ligados a nenhuma empresa ou usina em particular, administram cerca de um quarto das plantações de dendê da Indonésia. Essa é uma grande fatia de uma indústria que produz 31 milhões de toneladas de óleo vegetal por ano, usados em tudo, de cosméticos a biocombustíveis e alimentos.
Os pesquisadores preveem que os pequenos proprietários dobrarão sua capacidade de produção na próxima década, gerenciando uma parcela de 60% da área total de plantações de dendezeiros da Indonésia até 2030.
Os pequenos agricultores independentes são, portanto, atores essenciais para a concretização do óleo de palma sustentável e livre de conflitos – como a meta apoiada tanto pelo governo indonésio quanto pelo crescente número de empresas que assumem compromissos de “desmatamento zero”. O problema é que os pequenos agricultores têm poucos recursos à sua disposição para realmente começar a produzir óleo de palma de forma sustentável.
A partir de 2017, menos de 1% das fazendas de produtores independentes foram certificadas como sustentáveis pela Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável (RSPO) e Óleo de Palma Sustentável da Indonésia (ISPO). Como os pequenos produtores independentes não estão vinculados a nenhuma empresa ou usina em particular, eles não recebem treinamento, supervisão ou apoio de empresas e apenas recebem apoio limitado do governo. Eles recebem informações limitadas sobre boas práticas agrícolas. Isso levou a menor produtividade e menor preocupação com a sustentabilidade. (#Envolverde)