Ambiente

Os caminhos das águas no Fórum Mundial, por Reinaldo Canto

por jornalista Reinaldo Canto

Durante toda a semana em que foi realizado o 8º Fórum Mundial da Água em Brasília (março/2018) o tom foi o da tentativa de todos, fossem empresas, governos ou de organizações da sociedade civil, de passar suas experiências de sucesso quanto ao melhor uso da água.

Nada contra, pelo contrário, boas ações que consigam alcançar resultados significativos podem e devem ser compartilhados e replicados.

Até aí, ok! A questão de fundo que fica em minha opinião é exatamente quanto o tema proposto para este fórum que, me parece, foi pouco entendido. Afinal, qual o significado de: “Compartilhando Água”? Em minha humilde opinião, assim como a água circula livremente por muitos espaços superficiais e subterrâneos e também por via aérea, nada melhor do que compreender o tal “compartilhando água” como um chamamento a união de esforços entre todos para trabalhar em conjunto por soluções mais amplas e não pontuais.

Claro que alguns acordos entre poder público e empresas, por exemplo, foram citados e firmados, mas nada que impactasse o verdadeiro espírito do evento. Ali foi importante mostrar aos outros, o que estamos fazendo.

Como jornalista que trabalho já há algum tempo na cobertura dos temas da sustentabilidade, o acesso era grande para realizar a cobertura de algumas dessas iniciativas.

No fim a união futura entre todos para encontrar caminhos de realização coletiva ficaram em segundo plano. Acredito que ao invés de “compartilhando água”, mais honesto teria sido chamar o encontro de “compartilhando experiências”.

Antes do próximo fórum no Senegal (Dakar/2021) os problemas da água tendem a se agravar colocando ainda mais em xeque o tema central da nova edição que será “Segurança Hídrica”