Economia

Brasil cresce em geração de energia elétrica solar

Cresce no Brasil a geração em grande escala de energia elétrica a partir de fontes renováveis e sustentáveis, e entre os diversos tipos que existem atualmente, a energia solar pode ser a mais promissora. O país possui potencial de irradiação solar e capacidade técnica que podem superar os campeões do setor no mundo. Comparando a irradiação solar entre os países, a insolação do Brasil só perde para a Austrália. Em comparação à Alemanha, que tem índice de irradiação equivalente a 900 e 1.250 quilowatts-hora por metro quadrado ao ano, o Brasil está à frente, com marcas entre 1.500 e 2.400 kWh/m² ao ano. Ou seja, a nossa menor marca de irradiação equivale a máxima encontrada no país europeu que é referência mundial neste setor.

O Brasil tem começado a avançar no aproveitamento deste potencial energético. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o país ultrapassou a marca recorde de 1 gigawatt de capacidade instalada em projetos de energia solar em operação. O anúncio foi feito em janeiro deste ano e, de acordo com a Absolar, apenas 30 países do mundo atingiram esta marca. Para se ter uma referência, esta capacidade de geração de energia pode abastecer 500 mil domicílios pelo período de um ano.

Essa evolução ganhou força em 2012, quando os brasileiros começaram a poder gerar sua própria energia elétrica, seja instalando um sistema solar no telhado de sua casa ou estabelecimento, seja participando de uma fazenda solar – grandes extensões de terra onde são instalados os painéis fotovoltaicos de captação solar. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamentou essa atividade por meio da Resolução Normativa no 482, de 2012.

A Órigo Energia, uma das empresas que atua no setor, finalizou a instalação dos equipamentos para geração de energia fotovoltaica em sua segunda Fazenda Solar em Minas Gerais. São aproximadamente 20 hectares, no município de Francisco Sá, que vão gerar um milhão de kWh/mês, com cinco megas de potência, para fornecer energia para empresas do estado. A primeira fazenda começou a operar em outubro do ano passado, já atendendo 63 empresas em diversas regiões mineiras. Com isso, as duas fazendas solares de Minas Gerais vão gerar energia capaz de abastecer quatro estádios como o Mineirão durante um ano. A empresa ainda prevê a instalação de mais 10 Fazendas Solares este ano.

“A realidade mundial nos escancara a urgência de investimento em fontes de energia renováveis e limpas. Por isso, o país precisa aproveitar o seu potencial natural para produção de energia solar, beneficiando o meio ambiente e equilibrando a competitividade dos custos da energia elétrica tradicional”, afirma Surya Mendonça, presidente da Órigo Energia.

De acordo com Surya Mendonça, o retorno ao investimento em energia solar em residências ou empresas é compensado de 4 a 6 anos, diretamente proporcional a economia nas tarifas de energia elétrica tradicionais, o que pode chegar a 95%. Dá ao consumidor uma economia significativa por cerca de 25 anos, pelo menos, sendo que essa economia pode durar por mais tempo – dependendo da vida útil do sistema.

No Brasil, o consumidor da energia elétrica tradicional, normalmente advinda de usinas hidrelétricas, arca com as despesas de todo o processo, pagando pelos custos da produção e distribuição da energia. Por isso, investir em sua própria geração de energia pode representar economia e um bom negócio para o bolso do consumidor, que irá arcar com uma taxa mensal menor do que no custo com a energia gerada em uma hidrelétrica.

Especialistas apontam também a importância da independência, previsibilidade e segurança contra uma oscilação de custo da geração elétrica tradicional no país, que mantém a maioria dos consumidores expostos a aumentos repentinos nas suas respectivas contas. A energia solar também agrega valor aos imóveis em que está instalada, elevando seu potencial de negociação no mercado. (#Envolverde)