O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, revelou nesta segunda-feira a urgente e árdua tarefa de limitar o aquecimento global a níveis seguros, fornecendo um plano claro para o cumprimento do Acordo de Paris. No Relatório Especial sobre 1,5 graus Celsius, preparado a pedido dos governos de todo o mundo para orientar a implementação do histórico acordo assinado na capital francesa em 2015, os cientistas dizem que estamos muito próximos de atingir 1.5 graus e até mesmo chegar a 2o C de aquecimento durante a primeira metade do século. Mas apesar do enorme desafio, é possível ter esperança se houver uma ação firme, como eles recomendam, para reduzir pela metade as emissões globais de carbono até 2030 e zerá-las no meio do século. Para isso, as florestas têm papel fundamental.
“No cenário traçado pelo IPCC, o futuro da humanidade depende não apenas de eliminarmos os combustíveis fósseis e zerar o desmatamento em escala mundial para reduzir emissões, mas também proteger florestas, savanas e outras formas de vegetação natural para capturar o CO2 já presente na atmosfera e o que será emitido na fase de transição para uma economia neutra em carbono”, diz o estrategista internacional de Florestas do Greenpeace, Paulo Adário.
Para ele, a melhor e mais aceitável forma de fazer isso é adotar um ambicioso programa de restauração das florestas degradadas em escala global. “Afinal, as árvores são ‘usinas’ naturais de captação de carbono desenvolvidas e testadas há milhões de anos”, afirma.
No Brasil, líderes políticos e empresariais têm o dever de ampliar os compromissos já assumidos com a comunidade global e adotar as medidas necessárias para proteger o futuro de nossos filhos e netos. “Além de acelerar a transição para uma matriz energética neutra em carbono, o país tem o desafio de revolucionar o setor agropecuário – que responde por cerca de 70% das emissões brasileiras, incluído a fermentação entérica dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento de novas áreas – e trazê-lo para um patamar sustentável.
Este é um desafio para o próximo presidente eleito no país – combater as mudanças climáticas é uma obrigação moral agora e para o futuro. (Greenpeace/#Envolverde)