Grupo Greenline está à frente da tecnologia Alwatec, que transforma, com resíduo mínimo, o chorume em água altamente purificada para reúso; planta vai tratar até 12,5 m³ de líquido por hora.
Grupo Greenline, especializado em tecnologia para serviços ambientais e iniciativas de energia limpa, iniciou, nesta quarta-feira (15), as operações de uma Central de Tratamento de Efluentes (CTE) no aterro sanitário do município de Betim (MG), com a proposta de transformar chorume em água de reúso. Por meio de um novo processo aplicado no Brasil, a planta tem a capacidade de tratar de 10 a 12,5 m3 de chorume por hora, gerando resíduo mínimo e uma água purificada de alta qualidade, que pode ser descartada sem qualquer risco ambiental ou utilizada para irrigação, limpeza na indústria, arrefecimento e demais processos industriais.
A CTE ocupa uma área de 150 m2 no aterro e possibilita que o chorume, contaminante resultante da decomposição dos resíduos, seja tratado através de etapas físicas e químicas que duram, no máximo,uma hora e quinze minutos. Ou seja, a solução promove, de forma rápida e eficiente, o beneficiamento de um passivo ambiental decorrente dos resíduos produzidos por mais de 1,5 milhão de habitantes, de Betim e cidades adjacentes.
O CEO do Grupo Greenline, Ecles Santos, explica o ineditismo do processo que está sendo
implementado. “Atualmente, a técnica mais aplicada para tratamento de percolado é a de osmose reversa, a qual ainda gera de 25% a 35% de resíduos que precisam ser descartados no aterro ao final do processo. Nós patenteamos uma nova tecnologia, a Alwatec, que, além de ter um custo de implantação menor, quase não gera substâncias para descarte. Trata-se de um processo diferenciado em cada uma de suas fases, o qual tem menos risco de saturação e se destaca por uma menor área ocupada e tempo de permanência do líquido na planta”, afirma.
O volume total de chorume gerado no aterro será, a partir de agora, encaminhado para a CTE e
quantificado através de um medidor de vazão. Testes de amostragem iniciais determinam os aspectos físico-químicos do líquido, o que define a quantidade e tipologia dos insumos químicos a serem utilizados no tratamento. Em um primeiro tanque, ocorre a injeção de acidulantes e de ar comprimido para provocar a evaporação do maior percentual possível de amônia e nitrogênio.
Já no segundo tanque, um Reator de Hidroxila provoca a ativação do meio, com a adição de ácido
para reduzir o pH. Em seguida, ocorrem as reações eletroquímicas resultantes da eletrofloculação,
separando a carga sólida e orgânica da parte líquida. O processo gera um lodo, que é prensado para extrair toda a água contida; a massa seca produzida – que corresponde a, aproximadamente, 2,5% do volume de percolado tratado – é a única matéria encaminhada para descarte.
Todo o líquido resultante é filtrado em areia zeolita e carvão ativado, purificado e clorado em
processos de alta tecnologia e encaminhado para um reservatório final, resultando na água de reúso.
“Trata-se de uma água totalmente limpa e desmineralizada, que pode ser comercializada para a
indústria ou descartada sem causar danos ao meio ambiente. A implantação da Central de Tratamento de Efluentes reforça os compromissos ambiental, sanitário e social da gestão de resíduos, pois atende a exigências dos principais órgãos reguladores, melhora a qualidade de vida da população e transforma um contaminante em um ativo econômico de altíssima qualidade”, reforça Ecles.
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