Favelas brasileiras crescem 

11 Lisboas

em

15 anos

Entre 1985 e 2020, as áreas urbanizadas no Brasil dobraram, passando de 2,1 milhões de hectares para 4,1 milhões de hectares. A expansão urbana no Brasil tem se dado a uma taxa anual de 1,97%, superior à taxa de crescimento da população, de 1,45%.

Esses dados fazem parte do levantamento sobre áreas urbanizadas realizado pelo MapBiomas. A análise foi feita a partir de imagens de satélite captadas entre 1985 e 2020.

1. São Paulo (218.985 ha*)

2. Rio de Janeiro (174.534 ha)

3. Brasília (89.243 ha)

4. Belo Horizonte (87.121)

5. Curitiba (74.239 ha)

As cinco maiores áreas urbanizadas do país são:

*hectares.

Em todo o país, as áreas informais cresceram o equivalente a 95 mil campos de futebol entre 1985 e 2020. Esse crescimento equivale a três vezes a área de Salvador ou 11 vezes a área de Lisboa, em Portugal.

A análise temporal das áreas ocupadas informalmente em todo o país mostra que elas são mais sensíveis às políticas econômicas e sociais, crescendo mais em períodos de retração do PIB.

A Amazônia lidera o percentual de crescimento das ocupações informais do território: 18,2% do crescimento urbano nesse bioma foi em áreas informais.

No estado do Amazonas, a informalidade responde por 45% da área urbanizada; no Amapá, 22%; no Pará, 14%; e no Acre, 12,6%. Apenas o Espírito Santo, com 21,5%, tem maior participação da informalidade no total de área urbanizada de seu território do que os estados da Amazônia.

Ao analisar o quanto da área total urbanizada é ocupada informalmente, Manaus, Belém e Salvador se destacam. Nas duas grandes capitais da região norte, a informalidade tem sido a regra nos últimos 36 anos.

Belém tem 51% de sua área urbanizada ocupada pela informalidade, enquanto em Manaus esse percentual é de 48%.

As imagens de satélite também permitiram identificar as ocupações em áreas com declive maior que 30%, ou seja, que estão mais sujeitas a deslizamentos.  Elas estão predominantemente localizadas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo.

Porém elas já começam a ocorrer no Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco e Bahia. 

A combinação desses dois dados deve acender uma luz amarela para os gestores públicos porque eles criam as condições perfeitas para desastres urbanos.”

Julio Cesar Pedrassoli,  coordenador do MapBiomas.

Embora a Mata Atlântica concentre mais da metade das áreas urbanizadas do Brasil (54,7%), o maior crescimento registrado nas últimas três décadas se deu na Amazônia, Caatinga e Cerrado – todos com taxas de crescimento anual superior à média nacional: 2,5% a.a., 2,53% a.a. e 2,08% a.a., respectivamente.

O Cerrado, que já detém um quinto das áreas urbanizadas do país, foi o bioma que mais perdeu vegetação nativa para a expansão urbana. Dos mais de 388 mil hectares de vegetação nativa que foram convertidos para áreas urbanizadas ano-a-ano, 33% (127 mil hectares) estavam no Cerrado.

Em segundo lugar vem a Amazônia (quase 92 mil hectares). Em termos percentuais, o bioma que mais perdeu florestas foi a Mata Atlântica: 58,3% da vegetação nativa convertida para áreas urbanas nesse bioma eram florestas. Na Amazônia, esse percentual foi de 44,1%.