mais futebol, mais violência

23,7% + violência

Um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que em cinco capitais brasileiras os registros de ameaça e agressões contra mulheres aumentam 23,7% quando o time da cidade joga.

O levantamento foi idealizado pelo Instituto Avon com o objetivo de entender a relação entre o esporte e enfrentamento às violências contra mulheres e meninas.

SÃO PAULO

Violência Contra Mulheres e o Futebol

A pesquisa “Violência Contra Mulheres e o Futebol” apontou que mulheres entre 30 a 49 são maioria entre as que sofreram ameaças (49,7%) em dias de jogos, enquanto nos casos de agressões as ocorrências foram mais frequentes entre as de 18 a 29 anos (36,3%).

PERFIL ÉTNICO-RACIAL

Em relação ao perfil étnico-racial, mulheres brancas correspondem a mais da metade das que realizaram boletim de ocorrência na capital paulista após sofrerem ameaça (66,6%) ou agressão física (64,2%).

31,9% MULHERES NEGRAS

Já os registros de mulheres negras equivalem a 31,9% das que relataram terem sido ameaçadas e 33,8% das que sofreram violência física.

O estudo analisou bases de dados de violência com informações de todos os dias de jogos do Campeonato Brasileiro da série A entre os anos de 2015 e 2018, no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

LESÃO CORPORAL

No Brasil, entre os registros por lesão corporal dolosa, o aumento em dias de jogos dos times das regiões observadas é de 20,8%. Já nos dias em que o clube é o mandante da partida e joga na própria cidade e estádio, o levantamento identificou o aumento de 25,9% de registros policiais.

O estudo “Violência Contra Mulheres e o Futebol” também revela que em sua maioria, os responsáveis pelas violências são os companheiros e ex-companheiros.

“Não queremos sugerir ou responsabilizar o futebol, mas mostrar que os jogos podem funcionar como catalisadores das desigualdades entre homens e mulheres, abrindo procedentes para violência doméstica.”

-Beatriz Accioly

coordenadora de pesquisa e impacto do Instituto Avon

“Para evitar que isso aconteça é importante e necessário o debate sobre o assunto, e para isso precisamos contar com a influência dos próprios clubes e times junto a seus torcedores.”

-Beatriz Accioly

coordenadora de pesquisa e impacto do Instituto Avon