Economia

Guia "Cuidando das árvores da floresta" é um convite para o setor financeiro aderir ao combate ao desmatamento

Iniciativa do WWF-Internacional, o documento serve como referência para empresas da área financeira se engajarem em uma economia mais verde

Diante dos sucessivos índices de desmatamento no mundo, é natural chamar as empresas à responsabilidade pela preservação do meio ambiente e da natureza. Mas o guia prático “Cuidando das árvores da floresta” vai além.

Dá um passo importante em direção às instituições financeiras, convidando-as a empreender ações contra os riscos de desmatamento e de conversão de vegetação nativa. Iniciativa do WWF, o guia mostra de que forma os ecossistemas do planeta sustentam o sistema econômico.

Estima-se que mais da metade do PIB mundial é altamente dependente da natureza e de seus serviços, que são fundamentais para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Por isso, o estudo destaca o papel do setor financeiro na sustentação do sistema econômico, citando os principais riscos, como: perdas, a partir do desmatamento, para os negócios e para as instituições financeiras que os apoiam e impacto financeiro de medidas políticas, litígios e mudanças nas preferências dos consumidores.

O guia não se prende aos riscos, mas cita as possibilidades de investimentos – algumas se adequam ao modelo brasileiro de negócios. Entre as oportunidades estão:

  • Títulos verdes: instrumentos de renda fixa voltados à captação de recursos para projetos que ofereçam benefícios ambientais;
  • Investimento de impacto: carteiras de ações ou títulos nos quais os fatores socioambientais são fundamentais para o investimento;
  • Produtos de seguros inovadores: ofertas de seguros que facilitam a gestão de riscos para promover a sustentabilidade ambiental;
  • Empréstimos vinculados à sustentabilidade: instrumentos de empréstimo que vinculam suas condições ao desempenho do mutuário em relação a um conjunto de objetivos de sustentabilidade previamente determinados.

O guia aborda também o que é considerado positivo em termos de desenvolvimento sustentável para o setor financeiro não apenas para a organização como também para seus clientes e parceiros.

Os efeitos das mudanças climáticas já são sentidos ao redor do globo, como também no Brasil e na América Latina. Portanto, o que em um passado não muito distante era considerado predição sombria, hoje é sentido em diversos setores.

Segundo Fabrício de Campos, especialista em Finanças Verdes do WWF-Brasil, é imprescindível manter o aquecimento global ao máximo em 1,5 graus para evitar riscos sistêmicos sobre a natureza, as pessoas, a economia e o mercado financeiro.

“O Brasil tem uma importante contribuição e um compromisso com a comunidade global: acabar com o desmatamento e a conversão da vegetação nativa, nossa maior contribuição para as emissões de gases de efeito estufa. O setor financeiro brasileiro tem uma importante missão nessa agenda que é eliminar o desmatamento de seu portfólio e desenvolver produtos financeiros verdes para reverter a curva de degradação ambiental no uso do solo no Brasil”, explica Fabrício de Campos.

“Portanto, está publicação é um guia prático com cinco passos concretos, além de casos e exemplos, para ajudar instituições financeiras no caminho rumo ao desmatamento e conversão zero”, conclui. O relatório fornece ainda dicas de fontes que podem servir de referência nesse processo de transição para empresas do setor que querem ser mais sustentáveis.

Para conferir o documento na íntegra, clique aqui: Link

Sobre o WWF-Brasil

O WWF-Brasil é uma ONG brasileira que há 26 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática.

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