Por Amazônia Real –
‘Yupuri’ é o nome na língua do povo indígena Yepamahsã (mais conhecido como Tukano) do doutor em antropologia João Paulo Lima Barreto da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Nascido em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, no oeste do Amazonas, o filósofo e professor é o quinto personagem do último documentário da série “Ciência na Amazônia”, produzida pela agência Amazônia Real, como parte do projeto
No documentário, João Paulo faz um relato emocionado e marcante sobre as principais características de seu povo, recorda os anos de opressão sob colonização católica, conta sobre a sua formação acadêmica e, em detalhes, narra a criação do Banserikowi – Centro de Medicina Indígena, fundado por ele em 2017.
O antropólogo e filósofo nasceu na comunidade Ʉremiripa (Corredeira do Rouxinol, em português), batizada de São Domingos por missionários católicos. A história das famílias da comunidade é marcada pela interferência católica na formação complexa do povo indígena local.
“Nós temos três especialistas que constituem a sociedade: Yai, Kumu e Baya. Eles são como uma instituição de ensino. São mediadores sociopolíticos. Quando a igreja chegou, a primeira coisa que eles fizeram foi destruir isso. Impedir que continuássemos a ter nossas instituições. Desestruturar significa acabar com as sociedades”, disse João Paulo na entrevista. ” Começaram a colocar a língua portuguesa como modelo de vida social, modelo de vida civilizada, modelo de vida intelectual. Eu nasço nesse período. Eu sou fruto dessa imposição cultural”.
Dirigida pela jornalista Kátia Brasil, uma das fundadoras da Amazônia Real, a série “Ciência na Amazônia” recebeu o apoio financeiro do Instituto Serrapilheira. O primeiro episódio foi lançado no dia 10 de dezembro com o título “O homem da natureza” e retratou o cientista norte-americano Philip Martin Fearnside, radicado na região amazônica há 40 anos. Também participaram da série a antropóloga e linguista Ana Carla Bruno, com o episódio “Para além da resistência”; o epidemiologista Jesem Orellana, com o episódio “O epidemiologista que enfrentou o negacionismo”; e a historiadora Patrícia Melo, com o episódio “Rompendo o silêncio”.
Na série, os cientistas da Amazônia contam como enfrentaram o silenciamento forçado, o negacionismo, os ataques e a falta de recursos durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro. Também abordam temas como o preconceito, a resistência diante das dificuldades e as perspectivas para o futuro. Os documentários foram filmados durante as eleições presidenciais de 2022, em Manaus.
O documentário estreou dia 26 de agosto no Programa Megafone da TVT São Paulo, às 20h (horário de Brasília).
Sinopse: Ciência na Amazônia 5o. episódio – “Yupuri” – João Paulo Lima Barreto
Classificação indicativa: Livre
Cor: Colorido
Gênero: Documentário
Duração: 26′
Ano de produção: 2023
Formato de captação: 1080p (Full HD)
Equipe: Cinematografia, montagem e fotografia: César Nogueira
Som direto: Laila Fernandes
Coloração: Valentina Ricardo
Mixagem de som: Heverson Batista, Batata, e Diego Freitas
Motorista: Augusto Mattos
Pesquisa: Elaíze Farias
Pesquisa no acervo de imagem e fotografia: Alberto César Araújo
Designer e redes sociais: Lívia Lemos
Produção de conteúdo: Iris Brasil
Consultora de projeto: Cristina Camargo
Direção e roteiro: Kátia Brasil
Apoio divulgação: TVT/Megafone
Realização: Amazônia Real
O projeto “Ciência na Amazônia” conta com apoio do Instituto Serrapilheira, a primeira instituição privada sem fins lucrativos de fomento à ciência e à divulgação científica no Brasil.
Leia mais sobre o projeto aqui.
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(Envolverde)