No dia 28 de abril celebra-se o Dia Nacional da Caatinga. A data foi escolhida em homenagem ao professor João Vasconcelos Sobrinho, pioneiro em estudos ambientais no Brasil. Esta inciativa remete à conservação da natureza que tem papel importante para o equilíbrio climático mundial.
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro. Todos os biomas do Brasil estendem suas fronteiras para além do limite do país, com exceção deste bioma, que tem predomínio no Nordeste. Cobrindo cerca de 11% do território nacional, é habitado por 20 milhões de brasileiros e mais de 2 mil espécies de plantas e animais, como a famosa ararinha-azul (Cyanopsitta spixii).
A Caatinga é a terceira região biogeográfica mais degradada do Brasil, restando 63% de vegetação nativa em 2020, segundo o MapBiomas.
Segundo dados da pesquisa Contas de Ecossistemas, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Caatinga tem pelo menos 481 espécies de plantas e animais com risco de extinção, o que torna o bioma o terceiro mais ameaçado à sobrevivência da fauna e flora no País, perdendo apenas para o Cerrado e para a Mata Atlântica, respectivamente.
“A preservação do bioma é de extrema importância, pois, além de sequestrar o gás carbônico (CO2) da atmosfera, contribuindo com a redução do aquecimento global, a Caatinga também é uma rica fonte de matérias-primas, como frutos silvestres, forragem, fibras e plantas medicinais, essenciais para o sustento das comunidades tradicionais e para todo o território brasileiro”, relata Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
O bioma conta com aproximadamente 5.311 tipos de plantas e animais únicos, como o famoso tatu-bola, a jaguatirica e o carcará. “Se engana profundamente quem acredita que a Caatinga é um bioma pobre, seu ecossistema é valioso e não é encontrado em nenhuma outra região do mundo”, destaca Samuel Portela, coordenador técnico da Associação Caatinga.
A Associação Caatinga desenvolve diversas iniciativas para preservar o ecossistema. Entre elas está o projeto “RPPN: Conservação voluntária: gerando serviços ambientais”, que visa ampliar e aprimorar a gestão de áreas protegidas legalmente, com foco nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Estado (Sema), no Ceará, existem 55 espécies ameaçadas de extinção. Esses animais estão incluídos em uma chamada lista vermelha, que conta com cinco categorias: tartarugas marinhas, mamíferos marinhos, aves, anfíbios e répteis e mamíferos terrestres.
“O Brasil assumiu o compromisso de proteger 30% dos seus biomas e recuperar 30% das áreas degradadas do país. A recuperação de ao menos dois milhões de hectares/ano é prevista pelo Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA)”, finaliza Vininha F. Carvalho.