Para falar do ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes, o “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” ouviu Ricardo Abramovay, professor do Programa de Ciência Ambiental do Instituto De Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.
O especialista tratou dos desafios para o combate à violência que, para ele, são essenciais no desenvolvimento de uma sociedade. Para exemplificar alguns dos problemas desse aspecto no Brasil, ele abordou as políticas de combate às drogas. Segundo sua análise, as medidas adotadas até aqui gastam bilhões de reais em alternativas que só reforçam a demagogia política e os padrões racistas da sociedade brasileira, com ações punitivas muito mais rígidas para negros e podres. O combate ao racismo e à homofobia são uma meta desse ODS.
Outra meta do ODS 16 é o combate à corrupção. Abramovay afirmou que o problema no país é sistêmico e que é necessário que as instituições brasileiras e a sociedade tenham o hábito de procurar saber a origem de todo dinheiro que envolver o poder público. O professor afirma que o desmatamento e a grande atuação do tráfico de drogas na região da Amazônia estão diretamente ligados à corrupção e que faltam atitudes na esfera federal para a solução do problema.
“Na Amazônia hoje nós temos uma clara divisão entre governadores que estão alertas para o problema do desmatamento e dos impactos negativos que isso tem sobre os próprios investimentos em seu estado e o governo federal que não para de tergiversar a esse respeito como se o desmatamento, as queimadas, a corrupção e a violência fossem miragens criadas por organizações estrangeiras” comenta o especialista.
Outra meta do ODS abordada na entrevista é o aumento do acesso à informação. Para Abramovay, o texto do ODS não abrange o cenário atual das mídias sociais como veículos de notícias, já que foi escrito em 2014. Ele reforça a necessidade de mais políticas públicas que possam conter fenômenos como as fake news, e o que ele chama de “esfera pública oculta”, que são informações transmitidas para milhões de pessoas, mas não de maneira aberta, como as mensagens do aplicativo de mensagens whatsapp, por exemplo. Segundo ele, o processo impede que as partes envolvidas nesse tipo de notícias, possam argumentar a veracidade dos fatos.